Existe um
momento na nossa jornada como filhos que entendemos que nossa mãe
não é super-heroína. O momento em que a gente aprende (a duras
penas) que ela tem paciência limitada, pensamentos retrógrados,
frustrações descontadas em nós ou projeções sem sentido. Em
maior ou menor grau, é um choque. Alguns nunca se recobram dele;
outros, passado o susto - ou a raiva, ou a decepção - chegam ao
momento crucial de perdoar. Perdoar as falhas, perdoar os momentos em
que aquela mãe não foi compreensiva como gostaríamos, ou empática
como acreditávamos. Perdoar seu modo de ver as coisas, perdoar sua
imperfeição. Para alguns, esse é o fim do caminho, uma forma
positiva de lidar com essa relação. Para outros, há uma
compreensão além: não é preciso perdoar a imperfeição de uma
mãe, é preciso acolhê-la, aceitá-la em sua humanidade, em seu
esforço de ser a melhor possível mas ainda feita de carne, osso,
sentimento, lágrimas, gargalhadas, frases inapropriadas,
encantamento, frustração. Amar uma mãe é fácil, difícil é
amar essa pessoa em todas as suas idiossincrasias, difícil é
enxergar que ela é feita da mesma matéria e dos mesmos sonhos que
todos nós, difícil é compreender que ela é gente e ainda assim
amar todas as partes tortas que fazem parte do kit básico de ser
gente nesse mundo. Amar uma mãe é fácil, difícil é aprender a se
relacionar com essa mulher em sua inteireza, admirar sua força e sua
visão do mundo além do filtro do olhar de filho, e ainda ser grato
pela oportunidade ímpar de ter ao lado alguém que, pelo amor ou
pela dor, nos empurra sempre a crescer.
Rosa,
ResponderExcluirLinda essa declaração de amor a mãe! Amei. Amar uma mãe é mesmo indescritivel! Algumas vezes nos irritam e outras nos acalentam. Mas sempre nos amam incondicionalmente!
Beijos
Adriana
Amei sua sensibilidade, Rosa!
ResponderExcluirAmar uma saudade, uma lembrança de nossa mãe.
Embora já tenha passado, que seus dias de mãe, sejam sempre felizes...
Abraços carinhosos
Maria Teresa
Texto lindo Rosa... =D
ResponderExcluirBjs
Tive que passar por aqui somente pra dizer, novamente, como esse texto e especial. Espero que seu dia das mães tenha sido tao especial assim como você é.
ResponderExcluirBeijos
Que texto lindo. Queria encontrar palavras para escrever mais, mas ainda estou refletindo...
ResponderExcluirBeijos
Thaís Xavier
Decorações pra Corações
Rosa, eu sempre gosto muito dos seus textos. Leio e viajo nessas linhas que você deixa aqui.
ResponderExcluirHoje foi mais que especial: doce e realista ao mesmo tempo. Pensei muito na minha mãe mas, sem dúvida no MEU papel de mãe também, com todos os acertos e erros que eu já cometi nesses 9 anos. Acho que ter filhos e errar com eles, apesar de todo amor, é uma grande maneira de ver as nossas mães de uma maneira mais generosa. Não cobrar perfeição sendo que nós, em um tempo muito mais curto, já colecionamos vários deslizes (e sabemos que muitos outros virão, apesar da nossa vontade de acertar sempre).
Belíssimo texto!
Tens razão, às vezes custa uma pessoa aperceber-se disso. Mas seria muito egoísta, quase ridículo, culpar uma pessoa por ser nos pontos de que falas igual a nós :)
ResponderExcluirLindo pensamento, Rosa, e é a pura verdade! Beijo e ótimo fim de semana
ResponderExcluirOlá Rosa,ser mãe é a tarefa mas árdua e a mas gratificante. Infelizmente filhos n trazem manual de instruções e vale sempre a intuição. Tão bonita as suas palavras. Um feliz todos os dias de mãe para ti,beijinhos
ResponderExcluirVocê disse coisas importantes, Rosa. Acredito mesmo que não há o que ser perdoado, mas acolhido.
ResponderExcluirNosso problema é que criamos uma visão de que mãe é perfeita e não erra, mas quando passamos a perceber essas falhas humanas, nos vemos decepcionados.
Não pode ser assim. Somos todos humanos.
Talvez, a própria sociedade e as próprias mães construam essa visão equivocada de todas são perfeitas e as únicas pessoas essenciais na vida de seus filhos. Assim, provoca situações desnecessárias, sofrimento desnecessário.
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