19 setembro 2016

Pare e respire #25

Andamos todos muito apressados, como se houvesse sempre algo muito importante a fazer, como se não fôssemos todos morrer na próxima meia hora, alguma próxima meia hora qualquer. A natureza nos concedeu essa capacidade, de nos esquecermos da fragilidade e volatilidade da vida - que poderia ser paralisante e tirar nossa capacidade de planejar, imaginar e sonhar. Mas a natureza, sábia como só ela pode ser, distribuiu ao nosso redor inúmeros lembretes, para que nos esquecêssemos, mas não tanto. É assim que nos chega a morte de alguém conhecido, como uma lembrança da nossa própria mortalidade.


Esta lembrança é doída, nos confronta com o que estamos vivendo, com as nossas escolhas e se elas fazem jus ao que acreditamos ser uma vida que vale a pena. Se eu morresse amanhã, minha vida teria tido um sentido? Eu teria respeitado os valores que considero mais importantes? Eu estaria em paz com a pessoa que eu fui e os caminhos que segui? Este é um momento mágico! Se conseguirmos nos afastar um pouquinho da nossa dor, podemos vislumbrar a chance que a vida nos dá de reavaliar e recomeçar. 
O mais incrível é que, na realidade, esta chance está ali o tempo todo. A qualquer momento podemos questionar o roteiro que criamos para a nossa existência. E de fato nos impactarmos com a resposta! No fundo, nós sabemos quais são as perguntas necessárias. Mas, em geral, não há tempo para elas. É que andamos todos muito apressados, como se houvesse sempre algo mais importante a fazer, como se não fôssemos todos morrer na próxima meia, alguma meia hora qualquer.    

Uma semana bem vivida para você! 






    


9 comentários:

  1. É importante que esqueçamos da nossa mortalidade, mas às vezes temos que enfrentar a realidade. Para alguns, é motivo de ansiedade; para outros, uma razão para reflexão e mudança de atitudes.

    Não acho confortável pensar na nossa própria mortalidade, mas o aspecto positivo é que a gente não deixa as coisas para depois. A gente quer melhorar HOJE, ser bom HOJE. Ser menos egoísta, menos materialista. Infelizmente, não dá pra negar a nossa mortalidade... mas ela pode ter um grande efeito transformador!

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  2. É Rosa....ultimamente (no último ANO!) tenho refletido MUITO sobre esse assunto. Não penso na morte, me dá desespero e desperta ataques de ansiedade e pânico. Tomei providências durante esse último ano para melhorar e mudar coisas das quais me deixavam insatisfeitas desde sempre.

    Eu me apaguei e anulei, voluntariamente e sem motivo aparente. Agora estou mudando, mutando. Alguns paradigmas foram completamente quebrados e não posso falar abertamente sobre eles pois as pessoas não compreenderiam. Acho que é uma questão evolutiva.

    Contudo, ainda estou apressada...quero tudo logo, quero que tudo funcione logo. E acabo sem tempo para as coisas mais maravilhosas, simples e que realmente importam para meu espírito. Sua postagem é perfeita.
    Como sempre, você arrasa!

    Obrigada!
    :**

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  3. Bem verdade, Rosa! A pressa faz parte de nosso dia a dia e, na maioria das vezes, nem nos damos conta de que corremos demais, esquecendo-nos do essencial. A minha vida faz sentido? Você tocou no ponto fundamental. Esta pergunta pode nos assustar. E sim, é preciso fazer uma parada para pensar sobre isto e reavaliar o modo com que levamos a vida, o nosso mais precioso bem. Que possamos preencher nossos dias com "agoras" profundos e bem vividos.

    Lindo texto, amiga!

    Abraço

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  4. Acidentes como o que aconteceu ao artista Global, sucedem a toda a hora e em todos os lugares. Por vezes de forma até mais dramática do que essa do ator. Mas penso que quando acontece a alguém famoso, nos leva à reflexão. Foi alguém que de certa forma, conhecíamos, cheio de planos e projetos para a vida. Alguém igual a nós. Foi com ele ontem, pode ser connosco amanhã. Desacelerar é preciso. É fundamental. Evitamos pensar na morte, mas é a única coisa certa na nossa vida. Claro que não devemos viver ansiosos e esperando o dia, que horror seria, que sentido teria viver. Mas nos tranquilizarmos no dia a dia e nos dedicarmos a quem amamos, pode ser uma boa ilação a tirar. Bj

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  5. Viver um dia de cada vez e gozar o momento são máximas que não devíamos esquecer.

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  6. Tudo é muito breve mesmo...no próximo segundo, no próximo suspiro...a gente nunca sabe. Por isso, paremos de ter pressa, do desgaste de ter que sempre ser, ter, executar. Às vezes é bom parar e respirar como o título de suas postagens! Bjs

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  7. Por um lado é bom esquecermos a inevitabilidade da nossa própria morte, porque seria insuportável viver constantemente à sua sombra... Por outro tem o efeito que referes, não avaliamos e repensamos a nossa vida, não refletimos sobre o que fazemos/fizemos e o que queríamos fazer. De certa forma também é uma espécie de proteção, acho, sabemo-nos mortais e gostamos de esquecer isso. Mas por vezes é só saudável lembrarmo-nos :)

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  8. Senti uma ligeira culpa de ter feito tudo às pressas hoje e de uma forma que adiei até outras coisas que também eram importantes.
    O que nos tornamos que o nosso tempo não é suficiente e tantas coisas belas passam despercebidas deixando negativo o saldo bom do dia, do dia que foi vivido, não é mesmo, Rosa?
    Ótima reflexão e linda imagem.

    Suponho até que esse barquinho foi visto na Grécia, não?
    Cada flagrante lindo você faz... =)

    Beijinho! :*

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  9. A vida é um sopro! Muitas vezes nem temos tempo de senti-lá. Tenho passado 12 horas fora de casa e tentando colher meu dia da melhor maneira. A morte n me assusta, mas o sofrimento sim. Beijinhos

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