Estar presente por inteiro; escutar com o ouvido, com os olhos, com as mãos, com a inteireza que o outro que está na nossa frente merece; perceber a beleza que carrega a verdadeira conexão humana. Porque no fim é ela que importa. Onde quer que a gente esteja nesse mundo, não é a beleza do lugar, os sabores, as texturas ou os cheiros que tornam nossa experiência memorável. São as pessoas e as formas como nos conectamos que contam. No Brasil durante um mês, matei a saudade de comer manga do pé, de tomar banho de cachoeira, de bolo de mandioca, camarão na moranga. bossa nova de pano de fundo do almoço e pôr do sol do cerrado. Mas, se meu coração retorna pleno, é por causa dos belos encontros.
Conexão é o que importa. Por isso aprendi a estar em casa em muitos lugares, sem saudosismos, inteira. A casa com manga no quintal é minha, mas também é minha casa a cidade do outro lado do oceano que me acolhe todos os dias. É casa onde a gente é recebido com carinho, com presente cheio de história como a caixinha acima. E é incrível como uma caixa tão pequena pode guardar tantas coisas: aí dentro tem minha amiga Anka saindo para comprar ingredientes para preparar biscoitos, chegando em casa e esquentando o forno, preparando a massa com cuidado na noite anterior, sentindo o aroma se espalhando pela casa, vigiando o forno para que a cor fique perfeita, provando um biscoito ainda quente para ver se ficou bom. Tem suas mãos forrando a caixa com papel cor de rosa, pendurando o pingente e dando o laço várias vezes até que ele fique bom; um pouco como naquelas propagandas com músicas bonitas de fundo que foram feitas daquele jeito pensado para nos emocionar, com a grande vantagem que aqui não tem pessoas tentando me vender nada por trás de uma tela, tem "apenas" vida real e amor.
O Brasil vai ser sempre minha casa, o lugar em que não é preciso pensar para ser quem eu sou. Onde sou atendida no restaurante do meu jeito, onde os abraços dizem coisas que as palavras não alcançam, onde está a família que insiste em crescer e estar junto do jeito que dá, e os amigos que vêm desde a infância e todos os outros que fui agregando pelo caminho continuam sendo chamados e vivenciados como amigos. E em Lisboa eu sempre vou me sentir em casa, porque aqui encontrei quem acolheu meus brasileirismos, gente que se dá as mãos pelas semelhanças e também pelas diferenças. Aqui e lá tento enxergar (com muitos deslizes, confesso) o que realmente importa. Conexões. O que pode ser mais importante?
Quanta introspecção...que linda narrativa, Rosa. Eu simplesmente concordo e assino embaixo do escrito, pois penso que é nos detalhes que mora a sinceridade, o amor, a atenção e carinho. Quanta coisa nessa caixinha, né?
ResponderExcluirQue seu lar seja sempre onde você estiver ou onde seu coração estiver!
Pena que não more no Brasil para participar do meu mini sorteio ^^ quem sabe da próxima!
:*
Oi Rosa!
ResponderExcluirLindo o seu texto, as fotos como sempre, impecáveis! Amo tudo o que você faz e me sinto muito bem sempre que entro em seu blog! Parabéns pelo trabalho lindo, e que você continue sempre assim, inspirada em nos trazer reflexões!
Beijo grande, Thamyrez
O importante é estar com quem vc fica feliz. Não importa o local fisico, basta estar em boa companhia e ser bem acolhido. Adorei o seu texto e me fez refletir!
ResponderExcluirBeijos
Adriana
Verdade! E agora fiquei a pensar como preciso de me conectar mais com os que me rodeiam...
ResponderExcluirBom fim-de-semana!
Conectar-se é realmente a chave de tudo, seja com pessoas, com momentos, países, lembranças (boas preferencialmente), sentimentos!
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Adorei o seu texto Rosa!!Sem dúvida que você é uma pessoa feliz! Quer esteja no Brasil, quer esteja em Lisboa, porque efectivamente o que mais importa, é essa tal "conexão" de que fala com mestria, de quem sabe viver os afectos!
ResponderExcluirBeijinhos, Manuela
Oi Rosa,
ResponderExcluirDeve ser uma experiência e tanto conectar-se em dois países. Tái algo que eu não vivi,mas gostaria muito.
Bjs
Gostei dessa definição de casa. Com ela és capaz de evitar muitas chatices e negatividade! :) Fiquei com inveja de todas as coisas que fazes no Brasil. Parecem mesmo giras :D Nunca lá fui :)
ResponderExcluirÉ, Rosa, o estar presente de corpo e alma anda cada dia mais raro...Certamente essa conexão é a que faz toda a diferença! Beijo e ótima semana!
ResponderExcluirOlá rosa, texto perfeito. Gostei da forma como vc está e se dá, lá e cá, e faz dos dois locais , a sua casa. Tira o melhor de cada país, sendo autêntica onde nasceu, e se adaptando e trazendo para cá seu Brasileirismo. Chama-se a isso saber viver o melhor dos mundos, em qualquer parte. Parabéns! bjs e ...saudades!
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