Tempo, tempo, tempo, tempo

“És um senhor tão bonito quanto a cara do meu filho” já cantava Caetano em sua Oração ao Tempo.  E é assim mesmo que penso no tempo, um lindo presente, uma dádiva, como meu filho, mas também um senhor, que precisa de respeito e atenção. Na minha história aprendi a reverenciá-lo com profunda admiração, mas nem sempre fiz as escolhas corretas em relação a ele. Hoje busco priorizá-lo, depois de entender que para mim faz mais sentido “perder tempo” com aquilo que eu valorizo (e os outros não), do que “ganhar tempo” para aquilo que a sociedade aprecia, mas eu não.

Somos presenteados todos os dias com um novo tempo, uma nova chance de transformar a nossa história e, consequentemente, de mudar o mundo, se entendemos que tudo e todos estão conectados, mas mantemos dia após dia o mesmo padrão, aproveitando (ou desperdiçando) nosso tempo sem muitas chances para o novo. Este caminhar, que nos parece contínuo, um belo dia nos joga frente ao espelho uma pessoa de 40, 50 ou 60 anos. E não sabemos para onde escorreram tantos dias, meses e anos, e com eles tantos sonhos, entusiasmo, encantamento pela vida... nos perguntamos para onde foi todo esse tempo!

Fazer aniversário é esta chance que a vida nos dá de repensar nossa relação com o tempo (e com muitas outras coisas, por que não?). Para mim, é a oportunidade de apreciar o seu desenrolar de maneira mais consciente, feliz e prazerosa. É a ocasião favorável para me circundar das pessoas e coisas que amo e estar com elas... por um longo tempo!

Feliz aniversário aos queridos piscianos que passam por aqui!

Foto: Holly Becker